Curadoria

Doris Kosminsky

Idealização

Barbara Castro e
Luiz Ludwig

Abertura

17 de setembro
segunda-feira às 19h

Visitação Pública

18 de setembro a
18 de novembro

Entrada gratuita

Terça a domingo
das 11h às 20h

Oi Futuro

Rua Dois de Dezembro, 63,
Flamengo, Rio de Janeiro

Credito completo

Idealização
e curatoria

Idealização
e curaDoria

Oi Futuro

O projeto Existência Numérica foi selecionado pelo Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados 2017 e integra a programação do Oi Futuro a partir deste setembro, mês que começou com a tragédia que devastou o Museu Nacional, um dos maiores patrimônios de conhecimento do Brasil. A coincidência do período pode ser encarada como uma oportuna sincronicidade que nos convida à reflexão sobre a importância da geração, preservação e disseminação de conhecimento.Além de centro cultural, o Oi Futuro  abriga  o Museu das Telecomunicações, que detém o maior acervo do setor do país, e,  desde a criação, investe em pesquisa, fomento e apresentação de obras voltadas para as artes, a ciência e a tecnologia. Da abertura, em 2015, aos dias de hoje, vimos promovendo a convergência entre várias áreas de conhecimento com a multiplicidade das expressões artísticas.A exposição coletiva Existência Numérica tem como curadora Doris Kosminsky pesquisadora e professora da UFRJ, e é resultado de intensa investigação sobre a complexidade da visualização de dados e suas aplicações no universo das artes visuais. Na mostra, artistas do Brasil e do exterior se utilizam de números e estatísticas para desenvolver sistemas criativos, mensurando  realidades como, por exemplo,  o uso de bicicletas urbanas,  fluxos migratórios e o investimento em ciência e tecnologia no Brasil. Trata-se de um projeto de excelência e que responde de maneira singular ao desafio que nos impomos, diariamente: o de atender às demandas não só da arte contemporânea como da sociedade e dos cidadãos.

Seja bem-vindo.

Roberto Guimarães
Gerente Executivo de Cultura do Oi Futuro
Idealizadores

A prática artística de visualização de dados inclui diversos pontos importantes na reflexão e discussão sobre a sociedade contemporânea. Entre esses pontos estão  subjetividade, vigilância e a própria noção de verdade. No campo da arte, tais   questões podem ser abordadas de formas mais intuitivas ou especulativas, em contraposição com outras práticas aplicadas de visualização de dados. Independentemente do contexto, esta área de conhecimento ainda é pouco discutida e disseminada no Brasil. Nossa intenção, ao propor a exposição Existência Numérica, é introduzir o tema para fomentar discussões relevantes.

Barbara Castro e Luiz Ludwig
Idealizadores da exposição
Texto curatorial

A arte encontra-se relacionada aos materiais e tecnologias do seu tempo, assim como a seu momento sociopolítico. Não à toa, os pintores impressionistas alcançaram a notoriedade graças aos tubos de tintas que lhes permitiram pintar ao ar livre e captar inspiração da luz natural. De forma semelhante, a pop art se apoiou em ícones da sociedade de consumo, tais como artistas de cinema e latas de sopa. Nas últimas décadas, os computadores e a digitalização maciça proveram os artistas com uma nova matéria prima, de natureza numérica. Dados têm sido usados como tema e estrutura material para a criação de obras de arte.Nosso tempo é o tempo da informação, dos fluxos de dados que trafegam em velocidade vertiginosa. Rastros digitais, obtidos a partir de acessos às mídias sociais e sites de vendas, são analisados de forma a revelar nossos desejos mais íntimos e influenciar futuras decisões. Vivemos em um tempo no qual os algoritmos assumem, em segundos, decisões capazes de causar impacto às vidas de milhares de pessoas. E, por mais que se deseje acreditar no contrário, algoritmos e números não se tratam de artefatos neutros. São, respectivamente, criados e utilizados por humanos e, como tais, falíveis e tendenciosos.  Há tempos o mundo já não é representado apenas a partir de formas visíveis - uma nova percepção é hoje oferecida com base na visualização de dados, capaz de fazer visível o invisível. Dados compõem a textura da nossa vida cotidiana e sua visualização pode nos conduzir a novas interpretações e atitudes. É tempo de ouvir a voz dos números para traçar as estratégias necessárias à navegação em meio ao tsunami de dados da contemporaneidade. Tempo de transcender o aspecto utilitário da representação e transubstanciar dados em poética.

Doris Kosminsky
Curadora