O Futuros - Arte e Tecnologia traz em sua história a experimentação artística nos campos da arte, da ciência e da tecnologia. Em nossa programação, novas linguagens artísticas ocupam as galerias com obras, artistas e curadores que apontam novos caminhos para os desafios contemporâneos. Por este motivo, o Centro Cultural recebe a segunda edição da Exposição Existência Numérica - Emergências, que teve aqui sua primeira edição em 2018 com grande sucesso ao apresentar ao público a visualização artística de dados. Nesta edição, a curadoria de Barbara Castro, Doris Kosminsky e Luiz Ludwig avança no uso mais abrangente de dados como matéria-prima das obras de 9 artistas/coletivos brasileiros e estrangeiros que refletem e criticam os desafios atuais enfrentados pela sociedade. Entre esses desafios, a emergência climática, o persistente flagelo do racismo e a disseminação de fake news emergem como temas centrais, incitando uma reflexão profunda sobre as dinâmicas de poder, desigualdades e a erosão da verdade.
Assim, a Exposição Existência Numérica – Emergências, convida o público a compreender e refletir nosso papel na perpetuação ou na mudança dessas realidades para um futuro mais justo, transparente, sustentável e diverso.

Boa visita.

Diz-se que o artista emprega as tecnologias do seu tempo. No caso da arte que utiliza dados como matéria prima e tema das suas obras, as angústias e realizações da contemporaneidade mostram-se indissociáveis da sua criação. Presenciamos o planeta em contração frente às ameaças - dos vírus às guerras - mas também diante da dúvida quanto a nossa própria continuidade perante o mau uso dos recursos naturais fundamentais à vida. Mudanças climáticas, questões identitárias, valorização da ciência são alguns dos temas que serão tratados pelas obras que estão presentes nesta exposição no Futuros - Arte e Tecnologia. Emergências são esses nós que nos apertam, o senso de urgência que se apresenta diante de uma situação que ameaça a vida, e a iminência de novos caminhos e práticas que apontam as transformações que se iniciam.

A segunda edição da exposição Existência Numérica apresenta artistas que utilizam os dados como meio de criação para realizar uma análise visual ou crítica de questões contemporâneas. Poderemos ver visualizações que empregam tecnologias sofisticadas com grande volume de dados e obras que apresentam uma crítica à sociedade orientada por dados. Em ambos os casos, reside no gesto de criação, uma intenção de sensibilização para a urgência de uma transição global rumo a uma sociedade mais justa e centrada na coesão da humanidade com os demais habitantes do planeta. O uso de dados como matéria prima para a criação artística revela que as questões abordadas nas obras estão realmente presentes em nossa existência. Neste contexto, talvez caiba aos artistas o resgate de uma poética capaz de articular a política oculta nos dados com a conectividade para além de sua dimensão tecnológica.